Quinta-feira, 31 de Janeiro de 2008
O Salto Mortal (1 de 2)
  

      Desfaz-se a firme pega.

     Ao sinal mais pressentido que combinado, os dedos dela afrouxam levemente e escorregam pelos pulsos enfaixado dele, ele dá um impulso arriscadamente definitivo e lança-a num voo desamparado. Ela arqueia o corpo esguio num gesto aprendido, sentindo um instintivo, mas ignóbil, pânico, inerente a quem troca o toque humano - uma união de punhos, estável, confiante, íntima – pela carícia do vazio.

      Por ser humano, o outro companheiro erra – atrasa o instante preciso do lançamento do trapézio – e, por não o ser, o aparelho não consegue emendar o erro – a lasca de tempo permanece erroneamente suspensa, metros a cima da rede esticada junto à pista de areia e serradura. A gravidade, contudo, chama-a a ela, impedindo-lhe de ficar sustida no momento e no ar. Maquinalmente, se bem que não conseguindo a usual perfeição, ela acerta o ritmo já interiorizado, antecipa o instante do impacto e os dedos finos encontram o ferro frio do trapézio oscilante. Entortara-se um pouco trapézio e trapezista - tudo isto escapara aos distantes olhos leigos em baixo na plateia – traçando ambos uma trajectória una até ao suporte.

      O arrependido comparsa segura-lhe a barra, suplicando-lhe perdão com o olhar. Entretanto ela faz uma rendilhada vénia, em parte para recuperar o preciso equilíbrio, em parte para suscitar o precioso aplauso do público - a grande maioria olha-a, uma insignificante minoria, diluída nos bancos de madeira, derradeiramente observa-a. Ela nada mais olha ou observa que ele, sentado no segundo trapézio que oscila a um ritmo regular.

 

   (...)

   

           By Sophia

 

  

“did someone call my name?
like a distant drum is beating
(...)

 To my brilliant feat

they all pay heed,
I hear the crowds roar oh so loudly…

Is it a game of chance
or merely circumstances?

  
música: My Brilliant Feat – Colin Hay

   http://youtube.com/watch?v=pgizT2om-4s



publicado por **** às 06:19
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Quarta-feira, 30 de Janeiro de 2008
Um texto perdido

            

 

 

            Passo os dedos leves sobre o teclado já um tanto antiquado.

     No início com uma cadência lenta e pausada. Os dedos começam a acelerar e as ideias a fluir. Os dedos movem-se sozinhos e a mente não pede autorização para despejar tudo o que por ela passa para dentro da máquina. As palavras vão saltando, quase por magia, da imaginação para o ecrã. Já nada interessa, nem o barulho da rua, nem os sussurros dos vizinhos ou o próprio quarto quente.

     Perco a noção do tempo e até do lugar. Movo-me duma forma quase ritual para um outro mundo, uma nova galáxia ou dimensão, onde o tempo não passa e o espaço não pára de mudar num turbilhão. Esse mundo só meu, precioso e pessoal, onde me escondo na penumbra e desabafo todo o que penso, tudo o que sou – o que sei e o que não sei ser. Deixo-o sempre trancado e bem selado, mas sou traída por os meus dedos que escorrem sobre as teclas duras e abrem uma pequena janela, uma fenda estreita, para esse lugar tão meu.

      De repente acordo do transe e olho o texto, não me atrevo a lê-lo logo, sob pena de não ter coragem de o guardar. Tenho de ir, o outro mundo mais frio chama. Levanto-me e saio, mas continuo entre dois mundos o resto da tarde a pensar o quão perigosa é a escrita, de que forma subtil nos arranca segredos e revela o que somos mesmo quando não é essa a nossa intenção. De que forma uma simples história ou um inocente poema expõem o seu autor e abrem brechas para o seu pequeno refúgio, numa indecente exibição da nossa tão privada alma.

 

  

(Eis um texto perdido que não foi encontrado, mas que a mim me encontrou. Não sei ao certo há quantos anos o escrevi, ao que não posso negar a certeza é ao facto de ainda se continuar a passar o mesmo cada vez que escrevo algo, deixando tantas vezes notas soltas fechadas em gavetas, separando as palavras outrora agregadas em mil pedaços de papel ou, como com este se sucedeu, deixando textos perdidos nas mais recônditas profundezas do disco do meu computador. Fica a dúvida se me deveria ter escondido melhor... se não devia guardar também a alma numa gaveta antes que se desagrege em mil leves pedaços e se perca) 

 

 

          by Sophia

  

 

 

"In you and I,
There's a new land,
Angels in flight
I need more affection than you know
My Sanctuary,
My Sanctuary, yeah
Where fears and lies melt away..."

   

 

música: Santuary (english version) (from the game "Kingdom Hearts II") - Utada Hikaru

    http://youtube.com/watch?v=BufYv6UEfKM



publicado por **** às 16:31
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Segunda-feira, 28 de Janeiro de 2008
This is my moon...

...this is my world

 

___________________________________________________

 

Sometimes it's just too hard to feel it,

Sometimes it's just too hard to understand it...

But we shall never ignore it...

The other's pain.

___________________________________________________

 

That's why I'm saying:

This is my moon, this is my world.

Do you understand?

I don't care...

 

by Lucya


sintomo-nos:
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publicado por **** às 19:10
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These Days


¨ Love is getting too cynical Passion's just physical - these days ¨



São os teus lábios que me seduzem. O teu corpo que me devora em chama ardente e a tua pele,cofre de sentidos, que me rouba a imortalidade.
As palavras refugiaram-se num espaço próprio que não é nosso e cada vez mais os corpos ignoram as almas acalentadas.
A paixão torna-se sôfrega de carne. As conversas prolongadas intervalam os beijos.
Namora-se o escuro. Beija-se a solidão e envolvemo-nos fisicamente com o nada.


Ana M.

música: Robbie Williams - Something Beautiful

publicado por **** às 14:47
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Sábado, 26 de Janeiro de 2008
Uma Carta, Uma Sentença

Faz meses que recebi uma carta,
Sem remetente,
Sem destinatário.
Senti que a carta era destinada a mim e recusei-me a abri-la .

 

Guardei-a numa gaveta,
Mas no fundo
Sabia,
Sempre soube que a teria que abrir.

 

Os dias passaram-se e fiz por esquecê-la.
Talvez a esperança me tenha cegado,
Talvez quisesse evitar a dor.
Quanto mais tarde pior e agora estou a pagar por isso.

 

Ontem abri a carta,
Simplesmente vazia,
A carta, para meu espanto (ou talvez não), estava em branco.
Um vazio invadiu o meu peito e tudo à minha volta desapareceu.

 

Olhei-a durante infinitos minutos e,
A pouco e pouco,
As letras começaram a surgir,
Não consegui evitar,
Juro que não.

 

Guardei-a algures em mim,
Junto do coração.
O mal já estava feito, a carta havia sido lida.

 

Frente a frente,
Olhos nos olhos.
Não consigo evitar, acredita.
Salgada a água que invade os meus olhos e me turva a visão.

 

Podia ter sido outra pessoa para ti,
Poderia ter evitado muitas coisas,
Podia ter-te dado toda a atenção que merecias
E corresponder todo o afecto que me fornecias.

 

Sem ti jamais teria sido capaz,
Sempre estiveste por perto quando mais precisei,
Foste aquele a quem abracei sem pudor.
Contigo chorei mil e uma lagrimas,
E agora, por ti,
Outras mil.

 

Só de olhar para ti e ver que estás a sofrer mata-me,
Dói demais.
A decisão é dificil,
Tu sabes que sim.

 

Se eu pudesse fazer,
Fosse o que fosse,
Para te ajudar,
Ajudando-me a mim,
Acredita que o faria.

 

Só te peço que me desculpes,
Não sou forte para te segurar
E impedir de partir.
Já não está mais nas minhas mãos,
O mal está feito.
Perdoa-me...

 

by Lucya

 

"Another colour turns to grey

And it 's just too hard to watch it all

Slowly fade away "


sintomo-nos:
música: Stay with me - Danity Kane
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publicado por **** às 21:48
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Nua


The more I see
The less I know


Preferia não saber mas inevitavelmente vejo.  Vejo o que não quero.  Bem, talvez queira...
Troco um sim por um não, confundo-te os sentidos e engano-me. Não percebes - ou talvez não queiras perceber - que te minto no que te digo e me confesso pelos olhos. Culposo olhar este que me trai a cada instante. Felizmente a cegueira faz parte de ti.

I wish, I hadn't seen
all of the realness
and all the real people
are really not real at all

Pareces brisa perdida, ladra entre nós.  Segues-me os passos constantes e interpões-te numa realidade minha. Só minha. Minha alma nua, exposta a ti.

All I know
is everything is not as its sold




everything is not as its sold

Ana M.

música: Try - Nelly furtado

publicado por **** às 20:25
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Sexta-feira, 25 de Janeiro de 2008
O despojo dum sonho

 

 

      Acordei sobressaltada já a noite tinha deixado de ser menina. O coração batia audivelmente, a caixa torácica arfava, os lençóis de algodão estavam remexidos, suores frios escoavam-se pelos esporos. Reparei que não respirava desde o sobressalto que me tinha tirado todo o ar dos pulmões, à força como uma pancada seca nas costas, fi-lo e senti um arrepio por toda a espinha, percorrendo cada uma das sessões da base da coluna até ao cervix.

     Virei-me de lado, abracei-me, cerrei as pálpebras com força e concentrei-me em adormecer, focando a minha atenção, a minha mente, o meu ser só nesse acto, nesta tarefa, nesta acção. Permaneci estática e contraída, gelei por completo, despertei todo o corpo, fiquei em vigília, chamei uma persistente dor-de-cabeça - mal dormi.

 

      Ao amanhecer tomei um duche demasiado longo, demasiado quente, demasiado ausente. Sei que me estou a atormentar ao tentar encher o consciente com tarefas inconscientes, sei que ainda estou sobressaltada, mas nego-o. Nego-o pois bastaria isso para não resistir a procurar no meu próprio cabelo - agora esfregado, lavado, enxaguado de forma quase obsessiva - uma réstia do reconfortante cheiro que senti naquele instante ao acordar e que me sobressaltou, o perfume dos teus dedos finos há tanto ausentes, deixado como se tivesses realmente estado deitado comigo na escuridão do quarto, a brincar com as minhas ondas de cabelo caoticamente espalhadas pela almofada. Nego-o, mas não deixo de estar sobressaltada, nem sequer de instintivamente saber que o senti, que foi tua a fragrância que ficou como despojo dum sonho - mesmo que nunca os tenha...

 

   

           by Sophia

 

 

 

"Just hold me tight and tell me you’ll miss me
While I’m alone and blue as can be
Dream a little dream"

 


música: Dream a little dream of me - Louis Armstrong
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publicado por **** às 01:07
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Terça-feira, 22 de Janeiro de 2008
"Acorda"

     

 

    

    “Acorda…” - aconselha-me a primeira.

    Eu não estava a dormir… Olho-as por um segundo, conversam sem a minha ajuda. Volto a olhar o nada e vejo-me cercada de tudo. Não quer dizer que tudo muito seja, aliás ficava eu a cismar o quão pouco a minha vida é, no conteúdo escasso e no sentido inexistente. Isolo-me e sinto-me só.

 

    “Acorda.” - diz-me a segunda.

    Eu não estava a dormir. Oiço-as por um minuto, conversam sem que eu faça falta. Volto a ouvir a minha alma e sinto um silêncio profundo dentro de mim. Pretendo calar o seu eco com um alto e inaudível grito, ele reverbera por toda ela sem um som. Isolo-me e sinto-me só.

 

    “Acorda!” - ordena-me a terceira.

    Eu não estava a dormir! Acompanho-as pelas horas que mais fico, conversam sem que me interesse. Contudo não volto a olhar o nada e a ouvir a alma. O nada e o silêncio foram-se e eu insiro-me na conversa sem fim. Ninguém me manda acordar, só eu reparo que tudo isto faz a minha mente entorpecer, entrar em letargia, adormecer. Não me isolo e sinto-me mais só que nunca.

  

  

                                                           By Sophia 

      

  

"A sad and lonesome me.
 
I'm the walking wounded
And I'd say it to your face
But I can't find my place.
 
So tell me now, what more do you need?"

   


música: Walter Reed - Michael Penn

publicado por **** às 01:06
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Sábado, 19 de Janeiro de 2008
O que somos...

 

 

Somos feitos da matéria dos sonhos...
    ... que se espumam inutilmente ao acordar.
Somos pó das estrelas...
    ... que estão demasiado altas para poderem ver a realidade nitidamente.

  

Somos aqueles que toda a vida sonham alcançar as estrelas...
     ... e que, quando descobrem que, em vida, não o conseguirão nunca, esperam que o óbolo chegue para que a barca de Caronte os leve além do rio Estige e providencie a viagem.

  

 

 

”I could feel myself growing colder
I could feel myself under your fate
Under your fate

It was you breathless and tall
I could feel my eyes turning into dust
And two strangers turning into dust
Turning into dust”

 


música: Into Dust - Mazzy star

publicado por **** às 01:15
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Sexta-feira, 18 de Janeiro de 2008
"The Beginning of Something New" goes on

  

Via-me eu, sem saber ao certo como tinha obtido a autorização, no Porto com um grupo de estudantes de secundário que mal conhecia, perdidos no meio do Hospital São João, talvez com orgulho confundidos com caloiros de medicina, sabendo em pânico que a nossa orientadora de estágio iria perder a paciência se não conseguíssemos encontrar o pequeno corredor que dava para o fantástico laboratório, rezando com pouca sinceridade que conseguíssemos evitar caves, salas de exames e morgues, quando recebi a mensagem da minha adorada Ana M. na minha mais adorada Lisboa:

“Tivemos a ideia de criarmos um blog de nós as 4 onde púnhamos music vídeos, o que escrevemos. Para já não se preocupem com o resto. Eu e Lucy precisamos é de ideias para nomes. Tipo holla back girls, mas a Tete não deve alinhar nesse”

Foram-se mudando dum nome para outro, enquanto eu me ia aventurando com as pipetas, microscópios e máquinas de corte e ia atrasando o trabalho de médicos e biólogos com dúvidas e questões. Quase uma semana depois da mensagem, há exactamente seis meses atrás, ainda estava eu e a Teresa na longínqua cidade invicta, foi publicado o nosso primeiríssimo post. A Ana M. foi pioneira e escreveu:

 

“ Sete anos. Meio dia dos dois dias que a vida é. Sorrimos, Tropeçámos, Caímos, Chorámos, Vivemos. Subimos degraus íngremes. Galgámos montes e colinas. Corremos muito, mas mesmo assim tão pouco. Tão pouco de entre o pouco que espero continuemos a correr juntas durante, pelo menos, mais um dia. “

 

Agora, depois de muitos desabafos condensados, letras precipitadas em energéticos jactos, filosofias solidificadas e ainda vários blocos de ideias por fundir, é a minha vez:

       

   

  

        By Sophia

   

 

 

 

"Where as you watch the hour snow
Years may go by

So hold on to your special friend"

  


música: Saturday afternoons in 1962 - Rickie Lee Jones

publicado por **** às 20:02
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Quarta-feira, 16 de Janeiro de 2008
Desatenta
"Neste momento estou na aula de matemática, ouço a professora falar, ensinar, resolver problemas ou, a meu ver, a complicá-los. Não estou nem aí,não quero saber do que falam ao meu redor,

...

Peço desculpa, tive que passar o que estava escrito no quadro, não por querer, mas porque tem que ser. Pensando bem, nem sei porque me abstraí do meu mundo para voltar a este ao qual chamam de realidade. Não concordo, não quero concordar, não posso concordar. Porquê?! Porque isso desmotiva-me, consome-me as forças

...

Bolas! Aconteceu de novo, é mais forte que eu,mas porque ensiste o meu corpo em fazer algo que não compreendo??! Passamos a vida a fazer o que não queremos, mas isso não muda nada e muito menos o facto de não o compreendermos.
Não quero chatear ninguém, ninguém mesmo dá pela minha breve estadia aqui. Então porque ensiste a professora em olhar para mim como quem está afim de me repreender? Sei que é o seu trabalho... e será que ela compreende?

...

Isto não é mais que ridículo, um absurdo! Sinto-me uma ignorante, não percebo a matéria, nem a matéria nem nada!!
Falta quase meia-hora para soar o toque e isto está um tédio, olho á minha volta e estão todos com atenção menos...

...

eu.

...

Admito, tento estar sem atenção mas é muito dificil, a minha consciencia fal mais alto. É esse o meu problema! A minha consciencia fala sempre mais alto.

...

Não concordamos nem percebemos o que se passa neste mundo mas conformamo-nos com isso e esse, meus caros amigos, é o NOSSO problema!
Nosso sim, meros cidadãos. Não procuramos respostas para as nossas perguntas e conformamo-nos com isso.

...

Por agora despeço-me, estou farta de pensar. Confirma-se, matemática só serve para problematizar!
Até à vista amigos!"

by Lucya

Este texto foi escrito por mim no passado dia 14 numa aula de matemática.
No final da aula a professora chamou-me a atenção, disse que tinha passado a aula toda distraida e o que era afinal aquilo que eu escrevia, ao que eu respondi "parvoices" e "hoje estou estranha".
Estranha... será essa a palavra indicada? Ou a mais facil de dizer?

Um abraço***


publicado por **** às 17:13
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Terça-feira, 15 de Janeiro de 2008
I'm Eighteen

Im eighteen and I dont know what I want
Eighteen, I just dont know what I want
Eighteen, I gotta get away
Ive gotta get out of this place
Ill go running in outer space

Eu não tenho 18 anos - estou até bem longe disso; mas também sei, também conheço, também sinto essa constante necessidade de evasão, de partida, de reencontro ou de busca por algo mais que isto. Cada uma de nós tem desenvolvido diferentes perspectivas e diferentes percursos e cada uma de nós, na sua ínfima singularidade tem-se criado a si própria. Porém, é com orgulho que sei e que digo poucas vezes, que todas vocês me ajudaram. De mim fazem parte todas e cada uma de vocês e espero poder dar utilidade a este pequeno cantinho de vós que trago comigo.

Não quero assinalar mais um ano na tua vida. Assinalo sim, mais um dia. Um dia que com pretexto de marcar ano, simboliza "o produto acabado da nossa história".


Ana
________________________________________________________________________

Parabéns!
Parabens para hoje e para todos os dias que virão!
Parabens pelo que fizeste ontem e pelo que farás amanhã!
Parabens por tudo e por nada!
Parabens!

Porque não fazemos anos todos os dias e porque todos os dias são importantes! Porque as palavras bonitas não são sempre as mais sinceras aqui vai (um esforço por ser bonito e sincero)...
Aproveita este ano, sê muito feliz e valoriza a vida como ela merece!

Parabens pelos teus 18 anos e espero poder desejar-te "Parabens" por muitos e bons anos!!

Teresa *

_________________________________________________________________________

HAPPY B-DAY!!!
Pois é rapariga parece que finalmente atingiste a maturidade... no entanto a maturidade não é algo que se atinja num dia especifico, é algo que vamos construindo desde que nascemos.
Espero que atinjas a tua em breve!! =p
Vou-te enumerar algumas coisas que ja podes fazer:
- Ir ao bingo, mas não jogar
- Ir sair á noite, mas com autorização dos pais
- Entrar em discotecas
- Ir presa
- Tirar a carta e começar a dar boleia ás amigas, mas avisando-nos smpre por onde andas quando tas ALONE!
E uma carrada de mais coisas que não me recordo de momento, mas acima de tudo ser RESPONSAVEL o que é algo que não podes mas sim TENS que fazer.

Desejo-te tudo de bom,
Beijos desta amiga que te adora ver a sorrir =D ***

Lucia





We push and pull
I fall down sometimes
And I'm not letting go
You hold the other line


publicado por **** às 14:18
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Segunda-feira, 14 de Janeiro de 2008
Problema de Expressão
Para contrariar as últimas tendências da Sophya achei importante colocar algo mais animador e que não fale de guilhotinas, "Pandoras" ou punhais...



Problema de Expressão___________________________________







publicado por **** às 14:35
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Domingo, 13 de Janeiro de 2008
Uma caixa de Pandora

   

      Recebemos uma prendinha do nosso amigo V.A.D. que nos convidou a escrevermos um texto, com mais ou menos sentido, mais ou menos coerente, onde estivessem presentes os títulos do nossos últimos dez posts. Deixou-nos a nós a tarefa de decidir a quem caberia a tarefa e acabou por calhar à que primeiro viu o embrulho – eu.

      Não digo que seja envenenada, mas pelo menos foi uma prenda muito inesperada, bastante divertida e, a cima de tudo, complicada de desembrulhar! No entanto adorei, até certo ponto fez-me sentir uma derradeira Pandora, se bem que tenha esperança que as consequências não sejam tão desastrosas como as no mito.

     Aqui ficam os nossos autênticos agradecimentos e uma história um tanto aldrabada, que de autêntica só tem o tango (e, que embora não esteja de certo envenenada, não garantimos que não seja entediante):

  

  

    Hoje foi um dia especial, hoje comecei de novo, hoje cravei-te um punhal no coração, bem fundo entre as costelas, enquanto te olhava nos olhos.

 

     Entro pela porta, decidida, segura, convicta. O lugar não é novo (Ah, quantas vezes aqui vim..), nem a resolução (Ah, quantas vezes já evitei o inevitável...). Inspiro fundo uma vez para não perder a coragem, cerro os olhos por um momento, começa uma música a encher o ar, só um murmúrio de violinos. Abro os olhos. Procuro o velho rádio verdejante com o relógio verde, ele também, vejo que são exactamente três horas, mas não vejo qual a frequência na qual se começa a distinguir um insípido tango. Foco o número da perfeição e a música da sedução, mas evito os teus olhos esverdeados que me focam. Perguntas que se passa, eu respondo: acuso-te, insulto-te, ataco-te com a mais aguçadas palavras.

     Enquanto o gume afiado ia penetrando lenta e profundamente nesse teu peito onde outrora repousei a cabeça, senti uma certeza fria a subir-me pela espinha, a arrepiar-me outrora só tu conseguias. Vejo que não posso abdicar de ser quem sou por ti, que o rompimento era eminente, que não havia retorno. Seguro com mais força o cabo, torcendo a lâmina, girando-a com força, sentindo  prazer em sentir a tua pulsação que faz tremer o punhal.

     Está quase meu amado, basta enterrar um pouco mais, uns centímetros, uns instantes, umas notas no violão. Enfrento o teu olhar e nada vejo, nada te espanta, nada te encanta, nada te fere, ficas indiferente. Quem treme agora é a minha mão que segura o punhal, é a mim que ele fere. Esvaio-me em sangue, mas recuso esvair-me em lágrimas. Deixo cair o punhal. O acordeão já se havia calado, já passava um pouco das três, já não havia nada mais a ser dito.

    Saio pela porta, derrotada, magoada, agonizante. Um solitário floco de neve cai sobre a lapela do casaco e desfaz-se imediatamente numa gota de água. Eu sinto-me só e os meus olhos desfazem-se imediatamente numa torrente de lágrimas. Lá dentro deixei o punhal e tudo o que passámos. Cá fora, caiem mais alguns flocos e lágrimas que se confundem. Continuo em frente, tentando inutilmente convencer-me d’a efemeridade do eterno sentimento.

 

            By Sophia 

   

  

“¡Locos! ¡Locos! ¡Locos!

¡Loco él y loca yo!”

   


música: Balada para un loco – Astor Piazzola

publicado por **** às 00:02
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Sexta-feira, 11 de Janeiro de 2008
Só te peço que me leves...

     

 

Só te peço que me leves...

  

Não quero saber o que me prometes, o que me farás, o que pedirás em troca. Simplesmente quero que me ajudes na fuga... Sê meu raptor, meu assassino, meu carrasco. Sê meu escapatório, meu cúmplice, meu amante. Podes dar-me conforto ou impedires-me de sentir o que quer que seja, podes aquecer-me com o teu calor ou roubar o meu até que o pouco que tenho me abandone, podes esclarecer todas as minhas questões ou impedir-me de procurar as respostas. Não quero saber, não me importo, não quero pensar nisso... nem sequer sei qual a escolha melhor. Escolhe por mim, faz o que puderes, faz o que quiseres. A escolha que me interessava tomar já está tomada: quero partir, quero afastar-me, quero deixar tudo para trás.

“Só sei que nada sei” dizia o filósofo e ele foi julgado e executado por isso. Eu nem filósofa sou e só sei que quero a execução... dispenso o julgamento, declaro-me culpada, desertora, covarde. Não me interessa qual a acusação, só quero que me condenem ao degredo, que me deportem, que me levem para longe...

  

E se for pior que esta vida? E se não houver nada de todo?

Da primeira sempre posso tentar novamente a fuga e na segunda terei total ausência de sentidos, pensamentos, emoções, certamente não me importarei...

  

Só te peço que me leves...

E já gora que a lâmina da Guilhotina esteja bem afiada, pois tenho pressa em partir.

 

 

             By Sophia

    

  

    

“Daylight

I must wait for the sunrise

I must think of a new life

And I musn't give in

When the dawn comes

Tonight will be a memory too

And a new day will begin”

  


música: Memory (from ‘cats’) – Sarah Brightman

publicado por **** às 11:59
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