Só te peço que me leves...
Não quero saber o que me prometes, o que me farás, o que pedirás em troca. Simplesmente quero que me ajudes na fuga... Sê meu raptor, meu assassino, meu carrasco. Sê meu escapatório, meu cúmplice, meu amante. Podes dar-me conforto ou impedires-me de sentir o que quer que seja, podes aquecer-me com o teu calor ou roubar o meu até que o pouco que tenho me abandone, podes esclarecer todas as minhas questões ou impedir-me de procurar as respostas. Não quero saber, não me importo, não quero pensar nisso... nem sequer sei qual a escolha melhor. Escolhe por mim, faz o que puderes, faz o que quiseres. A escolha que me interessava tomar já está tomada: quero partir, quero afastar-me, quero deixar tudo para trás.
“Só sei que nada sei” dizia o filósofo e ele foi julgado e executado por isso. Eu nem filósofa sou e só sei que quero a execução... dispenso o julgamento, declaro-me culpada, desertora, covarde. Não me interessa qual a acusação, só quero que me condenem ao degredo, que me deportem, que me levem para longe...
E se for pior que esta vida? E se não houver nada de todo?
Da primeira sempre posso tentar novamente a fuga e na segunda terei total ausência de sentidos, pensamentos, emoções, certamente não me importarei...
Só te peço que me leves...
E já gora que a lâmina da Guilhotina esteja bem afiada, pois tenho pressa em partir.
By Sophia
“Daylight
I must wait for the sunrise
I must think of a new life
And I musn't give in
When the dawn comes
Tonight will be a memory too
And a new day will begin”
. Is it Still "The Beginnin...
. Antiquitera (XIV) - Epílo...