“ Buenos Aires, cuando lejos me vi
sólo hallaba consuelo
en las notas de un tango dulzón
que lloraba el bandoneón.
(...) cuando lloró mi corazón
escuchando tu nostálgica canción. ”
Num dos prostíbulos dos obscuros barrios do norte de Buenos Aires, sob uma luz amarelada, dança-se um já avançado tango.
A um canto, um duo de violinos desafia-se, numa vibrante discussão entre as cordas de tripa. Ao centro, dois seres movem-se como um uno, numa ágil conversa entre corpos. Os primeiros, muito direitos, com a perna direita recuada e com o cintado instrumento sobre o ombro oposto, fazem oscilar o arco em movimentos febris, bailando também eles. Ao som das estridentes notas que se escapam das profundezas do corpo dos instrumentos pelos elaborados efes e dos timbres mais aveludados que acompanham o seu murmúrio, o sangue latino da parelha de dançarinos fervilha e alimenta a dança, os cheiros dos corpos misturam-se e confundem-se, as peles doiradas pelo mesmo sol argentino tocam-se e insinuam-se. As suas pernas movem-se com uma destreza incomparável, com uma agressividade latente e cadência bélica. Numa contrastante pausada intimidade, os seus troncos traçam no ar movimentos lentamente graciosos. Os dançarinos ora se aproximam ora se afastam, numa melodia entre a lenta melancolia e a ardente paixão. A música ora acalma ora acelera, num bailado entre o luto do lamento e a chama da conquista.
(...)
by Sophia
música: La canción de Buenos Aires – Carlos Gardel
(http://www.youtube.com/watch?v=j4rpK5lCO0U&feature=related)
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