Um soneto duma das maiores poetisas portuguesas que, por outras palavras, nos faz a mesma pergunta que do outro poeta: “Para quê?!”. O outro, não inferior em tamanho, respondeu que tudo valia a pena, se a alma não era pequena, esta deixou-nos duas quadras e dois tercetos como resposta.
Quem a conhece não deve esperar um resposta animadora, mas também não nos podemos sentir todos os dias felizes, seriamos tolos... Ela sentia-se sempre amargurada, ainda chega a ser pior que parecer tolo e menos saudável, mas melhor que ninguém ela soube pôr esse sentimento em verso.
À Florbela Espanca...
By Sophia
Para quê?
Tudo é vaidade neste mundo vão...
Tudo é tristeza, tudo é pó, é nada!
E mal desponta em nós a madrugada,
Vem logo a noite encher o coração
Até o Amor nos mente, essa canção
Que o nosso peito ri à gargalhada,
Flor que é nascida e logo desfolhada
Pétalas que se pisam pelo chão!...
Beijos de amor! Para quê?!... Tristes vaidades!
Sonhos que logo são realidades,
Que nos deixam a alma como morta!
Só neles acredita quem é louca!
Beijos de amor que vão de boca em boca,
Como pobres vão de porta em porta!...
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