Sexta-feira, 11 de Janeiro de 2008
Só te peço que me leves...

     

 

Só te peço que me leves...

  

Não quero saber o que me prometes, o que me farás, o que pedirás em troca. Simplesmente quero que me ajudes na fuga... Sê meu raptor, meu assassino, meu carrasco. Sê meu escapatório, meu cúmplice, meu amante. Podes dar-me conforto ou impedires-me de sentir o que quer que seja, podes aquecer-me com o teu calor ou roubar o meu até que o pouco que tenho me abandone, podes esclarecer todas as minhas questões ou impedir-me de procurar as respostas. Não quero saber, não me importo, não quero pensar nisso... nem sequer sei qual a escolha melhor. Escolhe por mim, faz o que puderes, faz o que quiseres. A escolha que me interessava tomar já está tomada: quero partir, quero afastar-me, quero deixar tudo para trás.

“Só sei que nada sei” dizia o filósofo e ele foi julgado e executado por isso. Eu nem filósofa sou e só sei que quero a execução... dispenso o julgamento, declaro-me culpada, desertora, covarde. Não me interessa qual a acusação, só quero que me condenem ao degredo, que me deportem, que me levem para longe...

  

E se for pior que esta vida? E se não houver nada de todo?

Da primeira sempre posso tentar novamente a fuga e na segunda terei total ausência de sentidos, pensamentos, emoções, certamente não me importarei...

  

Só te peço que me leves...

E já gora que a lâmina da Guilhotina esteja bem afiada, pois tenho pressa em partir.

 

 

             By Sophia

    

  

    

“Daylight

I must wait for the sunrise

I must think of a new life

And I musn't give in

When the dawn comes

Tonight will be a memory too

And a new day will begin”

  


música: Memory (from ‘cats’) – Sarah Brightman

publicado por **** às 11:59
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De Lucya (do FlipSide) a 12 de Janeiro de 2008 às 19:12
"Não me interessa qual a acusação, só quero que me condenem ao degredo"
Não podes querer partir sem saber o porque de quereres partir.

No entanto também quero que me levem daqui, este mundo não tem nada para oferecer e nós nada temos para oferecer ao mundo, falo por mim pelo menos.

Mas não concordo com a guilhotina pois quero morrer, mas morrer inteira, não digo inteira de alma pois isso nunca fui e nunca serei. Haverá sempre algo em falta.
Quero que me matem sem me cortar a cabeça, quero uma morte indolor.

No entanto não me quero suicidar, devias ser menos negativa em relação ás coisas Sophya , pois tu ainda tens algo para dar ao mundo.

Beijos*


De Sophia (do Flip Side) a 13 de Janeiro de 2008 às 01:02
"Não podes querer partir sem saber o porque de quereres partir." - Só sei o porquê de não querer ficar e no entanto fico por cá...
Justificação insuficiente: Quero partir porque sinto que não tenho razão para ficar, que não há sentido nisso.

Da alma ainda estou à procura, mas não me importo de não morrer inteira e de ser bem esquartejada depois de morta. Quanto ao modo de morrer a guilhotina foi instaurada por um médico francês (chamado, voila, Guillotin) porque o método de decapitação anterior (à machadada ou com espada - tendo normalmente de acabar-se o trabalho à mão, partindo-se o pescoço dessa forma) era considerada demasiado desumano, excessivamente cruel e, pior que tudo, demasiado trabalhoso para o carrasco. Embora nunca se tenha perguntado a um decapitado, diz-se que a morte era instantânea e, portanto, indolor.

Quanto a ser menos negativa... é verdade, tenho consciência que o sou e que é mau sê-lo, isso ainda contribui mais para o pessimismo. É algo quase intrinseco, não me conseguiria livrar dele. Dúvido que tenha algo para dar ao mundo que realmente lhe interesse, ele não notaria a minha falta, tenho tanto ou muito menos para dar do que tu, amiga. Não consigo deitar fora o negativismo, mas não o recomendo a ninguém!
Agradeço (e muito) por dizeres isso, mas julgo que ele não sentiria a minha falta e muito menos eu a dele.

Beijos


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